Estou saindo na frente e publicando um texto antes mesmo dele ser publicado no blog do autor. Achei tão forte e pertinente que não pude aguardar a publicação.
Então, com devidas licenças, publicando...
[Baseado em uma historia real]
O Amor do virtual ao real
Como Designer, tenho muito contato com a internet e o mundo virtual. E como metropolitano que sou, muitas vezes não há tempo ou horário para freguentar lugares com pessoas diversificadas, então blogs e meios sociais como o Orkut por exemplo, acabam sendo um meio de entrar em contato com outras pessoas. O mesmo que antigamente se fazia com o ICQ, hoje se faz por meio de não uma, mas várias paginas e meio diferentes.
Sempre levei os contatos em caracter de amizade, raramente, muito raramente me aproximei de alguém com intuito claro e objetivo de ter algo mais. Por ter praticamente nascido na Internet, eu sei que o quê vemos e lemos, pode não condizer com a verdade. Com a vida real da pessoa.
Ela pode ate ser quem está ali á mostra. Mas seu jeito de lidar com a vida, as circunstancias, as visões e interpretações, as escolhas... podem não ser exatamente como lemos. Afinal, todo texto ganha uma interpretação única para quem lê.
Projeção
Posso perfeitamente me apaixonar pelas palavras escritas de outra pessoa. Num blog, num site, num orkut da vida... É como um livro. Essas palavras ganham um sentido próprio para mim, talvez, sem perceber, posso projetar meus desejos e anseios naquelas palavras. Eu me projetando. O verdadeiro sentido das palavras se perdem, pois somente quem escreve, sabe qual o sentido e para quem foi direcionado tais pensamentos em palavras.
A pessoa, o autor, não é falso, como dizemos com relação á todos na Internet. Nós é que nos enganamos em nossas interpretações na maioria das vezes. Salvo algumas exceções quando determinada pessoa fingi ser deliberamente quem não é.
Mas podemos criar expectativas com relação a uma pessoa que nem conhecemos. Que nem sabemos seu histórico de vida e cotidiano. O que desejamos encontrar se torna algo tão grande e forte (expectativa) e não enxergamos que a pessoa por trás das palavras é uma pessoa de verdade seguindo sua própria vida independente. E que essa pessoa tem histórias, tem vivências, que pode ter um caminho diferente do nosso.
Risco
É confuso? É! As atitudes humanas são confusas.
Então seria errado tentar se aproximar de alguém que se conhece na internet? Não, não é errado.
Mas o processo de aproximação, é o mesmo de quando conhecemos alguém numa fila de cinema, teatro, bar... na faculdade... em qualquer lugar. Não é, e nunca será mais fácil ou rápido, só porque provém da net.
Primeiro nos aproximamos, tentamos conhecer mais sobre a pessoa, o quê pensa ou deixa pensar, se é bacana, se não é, família, amigos, se procura ou está atrás das mesmas coisas que nós, afinidade, hábitos e costumes... crenças. E se está livre, de todas as formas, para nós.
Se vamos ser correspondidos...?
Ás vezes sim. Acontece.
As vezes não. Não acontece.
Rejeição
Sofrer por não sermos correspondidos não é mais que a frustração por nossas expectativas não realizadas. Mas vale lembrar, que ninguém pertence á ninguém.
E que o amor é uma loteria. Só acerta quem joga. E quando se ganha, o prêmio é maravilhoso. Mas ás vezes se perde. E é natural, faz parte do jogo.
Isso não significa que não temos valor ou que não somos pessoas interessante ou até mesmo não aptos para o amor. Apenas significa que naquela tentativa de aproximação, não aconteceu. Não deu certo.
Ás vezes não dá certo por motivos que nem é saudável saber.
E nestas horas, é importante mesmo, não se culpar por ter tentado. E não culpar as pessoas por não poderem nos amar como gostaríamos que acontecesse.
Amor próprio
Mas é o jogo do Amor.
Ás vezes se ganha, ás vezes se perde.
E quando se perde, o mais importante é não fechar o coração. Porque quando ele se fecha, também nos fechamos num mundo frio e solitário. E conviver somente conosco, nunca foi muito saudável. Somos loucos e neuróticos demais para só termos á nós como companhia.
Nos fechamos num mundo de “medo de sofrer novamente” e auto-rejeição. Uma das formas mais auto destrutivas do ser humano.
Mesmo com o coração quebrado, temos seguir em frente. Abrir e deixar que as novas oportunidades aparecem.
Oportunidades que podem vim através de um simples “oi”, ou um simples “Esta cadeira está livre? Posso me sentar aqui?”. Nunca se sabe.
Valorizar
E para quem teve a sorte de vencer. A luta só começa. Porque não basta vencer. É preciso valorizar o prêmio. Seja de onde for que teu amor veio, do real ou do virtual, ele se concretizou. Mas é preciso cuidar.
Porque o amor também é atenção, é carinho, é cuidar, é realizar. É valorizar o que temos de melhor e também é se doar. Porque que quem se doa, abre o coração, abre a vida e se permite viver o amor. Quem se doa no amor, também recebe. Porque a pessoa “amada” se sente assim, amada. Se sente desejada e valorizada. E com isso ela se sente feliz. E a conseguência, é que ela se torna mais carinhosa, mais afetuosa, mais apaixonada e disposta a superar dificuldades para viver ao seu lado.
(Estou falando de doação, não de anulação. Não confunda as coisas)
E pessoas felizes amam com mais intensidade. Com mais vontade. Com mais paixão. Com mais desejo.
Sempre desejamos sermos cuidados e termos toda a atenção que sempre desejamos. Afinal, todos buscam o amor por isso. Mas para receber isso, é preciso cuidar e dar atenção na mesma proporção.
Aos vencedores, se lembrem que o amor é uma via dupla. Dar e receber.
Se você dá, recebe. Se não recebe, não se sente feliz, e portanto também não dá.
Concluindo
Vencendo ou perdendo...
Amar também é viver. E a vida não é sofrimento.
Se você tem amor próprio o bastante, também tem forças para escolher não reter sofrimento no peito. Revivendo segundo á segundo ás situações que lhe deixaram triste e magoado.
E quem abre o coração e deixa o sofrimento ir embora... tem uma vida muito, mas muito mais feliz. Com certeza.
Pessoas felizes, são as pessoas mais amadas e mas desejadas. E viver de sonhos sem realiza-los, é a mesma coisa que viver de ilusão.
Lembre-se disso.
Ronaldo Ichi